27 novembro, 2017

Praticando o desapego - Fernando Pessoa





Praticando o desapego

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário....
Perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos.
Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos que já se acabaram.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. 

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: Diga a sí mesmo que o que passou jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo... 
- Nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Encerrando ciclos, não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba...
Mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais em sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.
Quando um dia você decidir a pôr um ponto final naquilo que já não te acrescenta.
Que você esteja bem certo disso, para que possa ir em frente, ir embora de vez.

Desapegar-se, é renovar votos de esperança de sí mesmo,
É dar-se uma nova oportunidade de construir uma nova história melhor.
Liberte-se de tudo aquilo que não tem te feito bem, daquilo que já não tem nenhum valor, e siga, siga novos rumos, desvende novos mundos.

A vida não espera.
O tempo não perdoa. 
E a esperança, é sempre a última a lhe deixar.

Então, recomeçe, desapegue-se! 

Ser livre, não tem preço!

Text: Fernando Pessoa

20 novembro, 2017

A culpa não é do mundo !



A culpa não é do mundo
Tenho dificuldade em lidar com pessoas que se fazem de vítimas. Tenho preguiça de conviver com gente que não assume seus erros e aponta o dedo para o outro, atribuindo-lhe a culpa pela maioria de suas dificuldades e fracassos.
Infelizmente tenho me deparado com gente assim. Gente com cheiro de naftalina que culpa o passado pelas dores do presente. Gente que não areja a casa, não abre as janelas e não perfuma o ar.
A culpa não é do mundo. A culpa não é do outro. A culpa não é sua. Mas está em suas mãos transformar o que quer que esteja lhe incomodando.
 Está em suas mãos encontrar recursos que possam lhe tirar da tristeza, do desânimo, da depressão. 
Que você busque ajuda, vá ao médico, tome um medicamento. Que você ore, medite, entregue seus caminhos a Deus. Que você corra, pedale, nade. Que você aprenda uma língua nova ou vá cuidar de um jardim. 
Que você viaje ou prepare aquela receita afrodisíaca da internet. Mas que entenda que não pode apontar o dedo na cara de ninguém, nem dizer que é infeliz por culpa deste ou daquele.
Todo mundo carrega dores, fissuras, danos. O que torna alguns mais leves que os outros é a capacidade de lidar com o que restou. A capacidade de transformar os cacos em novos vitrais. A capacidade de olhar para frente e encarar com otimismo o que virá.
De vez em quando a gente tem que lavar o corpo e ensaboar a alma. Deixar a água escorrer pela pele e levar embora o que não enobrece. Lavar o que diminui e escorrer o que empobrece. Limpar os recantos da dúvida e perfumar a pele com a clareza do hoje. Limpar, arejar, lavar, renovar.
Nem sempre nosso balde está cheio daquilo que a gente deseja. A temperatura da água pode estar abaixo ou acima do que a gente gosta, e o sabão não faz a espuma que a gente acha que merece.
 Mas quem disse que tudo correria conforme o planejado? Quem disse que pra viver não seria necessário uma boa dose de humildade? Então tome posse do que lhe foi reservado, e dê graças a Deus por ainda existirem possibilidades. Lave, ensaboe, deixe escorrer e limpar…
Que você faça as pazes consigo mesmo e perdoe o passado. Que perceba que é o único responsável por sua alegria e satisfação, e assim possa sentir-se pleno mesmo que as coisas não caminhem conforme a sua vontade.
 Que encontre seu tamanho no mundo, sem supervalorizar suas dores, seus traumas, seus rancores.

E que, lavando o cheiro de ontem, abra espaço para novos perfumes, alegrias inéditas que só quem se ama de verdade autoriza-se experimentar…

text : desconheço autor 

02 novembro, 2017

Finados - A Morte não é nada


A Morte Não É Nada


A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me deem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?

Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.

 by  Santo Agostinh